domingo, 12 de junho de 2011

Meu cachorro Pluft!!!!

Quando eu era pequena tive um cachorro com esse nome, Pluft!
Meu irmão escreveu um relato sobre ele no facebook e vai até sair em um jornal, eu gostaria muito de compartilhar esse pedacinho da minha vida com vocês também!

Texto: André Sena Vital


Meu cachorro Pluft!

Por algum motivo, hoje me veio a mente a lembrança de um cachorrinho que tive na infância, é engraçado como um ser tão simples como um cachorro nos dá tantas alegrias na vida, passa por ela e nos deixa com muitas saudades.


Pluft, foi um nome dado a ele por minha mãe, foi o único Pluft que conheci na vida, não ousaria batizar outro cãozinho com esse nome, principalmente por não saber se ele teria a honra de ostentar tamanha honradez!


Foi um parceiro que viveu conosco nos momentos em que minha família passava mais dificuldades. Pluft não comia ração, comia sobras, como a sobras também eram escassas, constantemente era visto comendo mato, bichos, sapatos, como bons vira-latas que era, creio que ele era capaz de comer até giló, eca!


Na minha infância, eu não ganhava brinquedos, porém meu pai tinha uma oficina de motos em casa, então, rodinhas, engrenagens, peças eram constantemente furtadas por mim para que eu pudesse construir qualquer brinquedo, um dia brincando próximo a casinha de pluft, vi que existia lá dentro algumas coisas que ele trazia da rua. Todo santo dia eu tinha que limpar a casinha dele, tinha de tudo lá, garrafa, pneu, sacolas, pé de chinelo, etc... Mas também tinha BRINQUEDOS... AHH vocês não sabem como eu ficava feliz em encontrar uma carcaça de carrinho, uma cabeça de boneca, uma bolinha de tênis. Um dia eu encontrei um Snoop de pelúcia, esse foi meu melhor brinquedo que tive aos sete anos de idade, tenho até foto com ele.


Certa vez, estávamos passando grande dificuldade financeira, minha mãe tinha uma horta no quintal, naquele dia, comemos arroz com tomate, eu lembro disso porque meu irmão mais velho ao ver que os tomates que estavam no prato dele, que por sinal ainda estavam verdes, ficou, naquela ironia típica, tirando sarro da minha mãe que não teve a paciência de esperar o tomate ficar maduro para nos servir. Naquele dia, como era corriqueiro, mais uma vez entrei na casinha de Pluft para limpa-la e garimpar alguns prêmios por isso, quando de repente: surpresa!!! Encontrei em meio aquele lixo, uma carteira, não podia ser verdade, como um cachorro acha uma carteira na rua e traz pra casa, eu nunca achei uma carteira dando sopa! Peguei prontamente levei a minha mãe sem antes abri-la, lembro a cara da minha mãe ainda, dizendo: "-temos que devolver ao dono", "-não podemos ficar com isso". Ironia do destino, não havia naquela carteira uma única informação que nos pudesse levar ao dono, porém havia naquela carteira uma grande quantidade de dinheiro, claro, para nossa realidade na época.


Lembro-me que todos abraçávamos o Pluft, que com seu rabo em acenos, retribuia tão grande afeto. Fomos todos ao mercado, tinha na lista: Leite (isso era raro na época), pão, Frangos, bife, verduras, minha mãe nos comprou brinquedos, pagamos contas, comprei balas e doces, para o Pluft minha mãe comprou um sacão de ração e carne moída de qualidade duvidosa pra compor seu merecido banquete. E com a administração imposta por minha mãe, aquele presente do Pluft durou algumas semanas ainda.


O tempo passou, nossas vidas mudaram, pluft envelheceu numa velocidade impressionante, já não tinha o mesmo vigor da sua juventude, mas era comum suas escapadelas diárias. Como era manso e brincalhão, era comum eu ir buscá-lo nos vizinhos, não tinha um vizinho ou criança que o maltratava.


Mudamos de bairro, um pouco distante de onde morávamos antes, Pluft não se adaptara da forma que esperávamos, pois tínhamos que mantê-lo sempre em cárcere privado, e a vida ainda era dura para todos nós, certa tarde deixamos o portão aberto, Pluft saiu e ao retornar no fim da tarde, encontramos nosso membro da família destruído, provavelmente entrara em uma briga com outros cachorros. Não tínhamos recursos para levá-lo a um veterinário, minha mãe cuidava de seus ferimentos como se fosse de seu próprio filho, limpávamos e passávamos remédios, aos poucos as infecções foram chegando ao ponto em que ele não podia mais suportar. Vi, como muitas vezes, minha mãe chorar! Mas esse era um choro diferente. Entregava-se ao fato de que os momentos com Pluft passariam a serem apenas lembranças de um bom amigo. Naquele dia abraçando Pluft disse: "Me perdoe Pluft, porque não pude dar a você tudo que você precisou, você alegrou meus filhos e foi um bom cão!", "Vamos ficar ao seu lado".


Foi a última vez que vi Pluft, não conseguimos enterrá-lo, Pluft no seu último ato de bondade, levantou-se e saiu! Procuramos por ele e ele nunca mais voltou! Chegamos a conclusão de que Pluft não queria ver a gente sofrer! Morreu longe.
Pluft me ensinou que podemos aprender muito nas coisas simples da vida.

Essa historia é real e fez parte da minha vida, espero ter passado algo de bom pra vocês.

5 comentários:

  1. Estava tomando uma boa xícara de café com leite e pensei: "isso é algo tão simples e que me deixa tão feliz" Não poderia viver sem isso! Então fiquei lembrando das coisas simples da nossa infância quando me veio a mente essa recordação, espero que apreciem. Abraços

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  2. Dé, obrigada pela visita
    Tenho ceteza de que minhas amigas vão amar tudo o que você escreveu, porque veio do coração
    Beijos meu irmão!

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  3. Drika querida!
    Que história mais emocionante!
    Amo tanto os animais... são anjos de Deus! E essa história me tirou muitas lágrimas!!! Lembrei de anjinhos que passaram pela minha vida!
    Imagino a saudade!
    Beijos!

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  4. Amiga Drika

    Agora fiquei com um nó na garganta quando li sua história... só não chorei porquw estou no serviço mas fiquei feliz por dar importância às coisas simples da vida e triste porque nossos animais são uns queridos e por vezes não os podemos tratar como eles merecem e mesmo assim eles nos adoram!!

    Bjs

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